quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Dicesar Ferreira: Harmonia entre o Judaísmo e a Homossexualidade

Dicesar Ferreira, judeu brasileiro, no Carnaval de Salvador 2012

Foram publicadas hoje algumas imagens de celebridades curtindo o Carnaval por todo o Brasil.

Encontrei uma foto do nosso querido Dicesar Ferreira, participante do BBB 10, beijando um integrante do afoxé Filhos de Gandhy, no Carnaval de Salvador.

Resolvi pegar o gancho da história e levar aos nossos conterrâneos não-judeus mais informações sobre o próprio Dicesar e sobre a questão da homossexualidade no judaísmo - um tópico que permanece um tabu para muitos, até mesmo judeus.

Dicesar Ferreira é descendente de judeus - ou seja, tem o sangue judaico, é judeu. "Ferreira" é um comum sobrenome judaico-sefardita oriundo das regiões portuguesas do Alentejo, Beira-Baixa, e Trás-os-Montes. Judeus (e cristãos-novos) adotaram o nome "Ferreira" como um nome judaico naquela região da Iberia. Mais informações sobre isso podem ser encontradas aqui. Em todo caso, Dicesar é um grande exemplo de como a religião judaica é dinâmica, viva, adaptável, nunca permitindo que se abra mão de um irmão judeu. Por isso (e para esse fim) temos grupos respeitados como o JGBR, do qual o próprio Dicesar faz parte e contribui ativamente.

Pensando em judeus homossexuais no Brasil, não poderia deixar de mencionar essa organização chamada JGBR (Judeus Gays do Brasil), fundada pelo nosso irmão Ari Teperman, um grupo que congrega judeus homossexuais, bissexuais, travestis, trangeneros, e simpatizantes brasileiros. O grupo se originou em 1999, com Teperman como fundador, com o objetivo de agrupar judeus e judias homossexuais do Brasil que necessitam de um espaço para dialogar sobre tópicos relacionados à homossexualidade e sua interação com o judaísmo e com a comunidade judaica no Brasil e no exterior.

No presente momento, o grupo conta com mais de 28 mil membros assumidos dos quais 60% vivem na cidade de São Paulo, 35% no Rio de Janeiro, e os outros 5% em Porto Alegre e Curitiba. Ainda contam-se inúmeros membros vivendo em outros países - todos judeus brasileiros. 70% dos membros são homens e 30% são mulheres. Encontram-se no grupo pessoas de idades que variam dos 18 aos 60 anos de idade. Pensando alto: 28 mil membros! Uma boa parte da comunidade judaica no Brasil, portanto, é associada aos movimentos LGBTs.

O grupo é geralmente usado como uma ferramenta para aprender mais sobre temas judaicos relacionados ou não à homossexualidade, discutir e juntar esforços na luta contra o preconceito, apontar e reivindicar medidas contra abusos e preconceitos junto aos políticos e autoridades formais (lobby político). Os membros do grupo exercem diversas atividades econômicas, as principais sendo: atores, produtores teatrais, psiquiatras, psicólogos, engenheiros, empresários, enfermeiras, especialistas em marketing e propaganda, advogados.

Enfim, compreendo que o tema da homossexualidade seja um tabu para muitos - inclusive judeus. A aceitação da homossexualidade no judaísmo é certamente maior do que em outras religiões de origem judaica (cristianismo, islamismo). Mas mesmo entre judeus, existem aqueles que procuram ver obstáculos e barreiras em vez de uma missão comum ordenada a nós por D-us, ignorando o fato de que todos os judeus fazem parte da Família de D-us. Nenhum irmão ou irmã deixa de ser judeu, nunca. D-us criou a homossexualidade nos animais, assim como deus nos criou, com o sangue dos escolhidos, o sangue de Israel. Entre irmãos, sangue do mesmo sangue, não há espaço para preconceito.

Outro fator que até muitos judeus menos engajados não sabem é que o próprio judaísmo está por trás da popularização da homossexualidade. Isso mesmo! E disso, tenho certeza que a maioria dos não-judeus não fazem ideia. A homossexualidade é criação de D-us entre animais - fato. Mas a popularização do estilo de vida de gays e lésbicas modernos é uma criação judaica. Depois escreverei mais sobre isso...

Shalom!



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