Shalom!
Como prometi ontem, farei uma sequência de posts sobre o relacionamento de nós judeus com relação aos não-judeus em países onde nós somos uma minoria – como é o caso do Brasil. Em outras palavras, vou falar sobre o relacionamento de nós judeus com relação aos não-judeus brasileiros – sejam cristãos, ateus, qualquer tipo. Nossa religião não diferencia entre outras religiões: ou você é judeu, ou você é um não-judeu.
Repito: o Talmude, o nosso principal livro sagrado, que guia as nossas ações no dia a dia e a nossa interação entre nós judeus e também com relação aos não-judeus, é explicitamente claro e metódico quanto a isso tudo. Não deixe dúvidas. É um livro perfeito, escrito por homens perfeitos – os nossos rabinos abençoados – e voltado para o povo perfeito, o povo judeu, escolhidos por Deus na Terra.
Agora vou enumerar algumas questões do nosso relacionamento diário com os não-judeus brasileiros que eu tenho certeza que a maioria dos brasileiros não faz nenhuma ideia sobre. Não fica tão aparente, mas é interessante saber, porque existe um esforço da nossa parte muito grande em conviver entre não-judeus sem pecar com relação ao nosso Criador. Vamos ao terceiro caso:
(3) Propriedades perdidas. As leis judaicas com relação à propriedades que foram perdidas e encontradas pode ser considerada um pouco controversa, especialmente para não-judeus que não compreendem muito bem a aplicação do conceito. Portanto, vou tentar ser claro com relação a isso. Em poucas palavras: se um judeu encontrar algo perdido de um outro judeu, aquele que encontrou é obrigado a se esforçar para encontrar o verdadeiro dono e devolver a sua propriedade. Isso é válido também no caso de dúvida, se aquele que encontrou achar mais provável que a coisa perdida pertença a algum judeu. Porém, no caso de dúvida ou certeza se o item perdido pertencer a um não-judeu, o judeu que encontrou não deve devolve-lo ao dono original. Aliás, mais do que não deve: o judeu é proibido de devolver a propriedade perdida ao não-judeu.
A questão é simples: D-us pode ter colocado essa propriedade em seu caminho por um motivo especial e desconhecido para nós humanos, algo que estará em melhores mãos com um judeu do que com um não-judeu. Isso é compreensível do ponto de vista ético, uma vez que é muito raro qualquer ocorrência de crime ou deslealdade entre nós judeus. Sendo assim, naturalmente a propriedade encontrada estará em boas mãos, e não será usado com má fé ou para fins contrários à religião de D-us.
Como quase todas as nossas leis, para esse caso também há uma exceção – parte do caráter moderado da religião judaica: se essa prática de não devolver um item perdido de um não-judeu for causar mal estar entre a comunidade judaica e as comunidades não-judaicas, então é melhor que o judeu devolva a propriedade perdida ao não-judeu. Nunca um ato que prejudique a imagem do judaísmo é mais ético ou moral do que algum ato que prejudique – isso é o ideal.
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Shalom (שָׁלוֹם). Meu nome é David Katz, sou um judeu asquenaze brasileiro com dupla-nacionalidade israelense e brasileira. Amo Israel. Amo o Brasil. O que proponho neste website não é coisa simples: escrever sobre acontecimentos do dia-a-dia dos judeus brasileiros para o povo brasileiro não judeu, a fim de aproximar os mesmos do círculo judaico e lhes demonstrar todo o valor da cultura judaica para o Brasil.
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